domingo, 29 de setembro de 2013

Inverno (J.Rocha)

Olhos um pouco fechados
Congelados, junto a um coração?
Vento que toca a toca de lã
Mais uma dose de blues
blues gelado e triste.
Gaita que se aquece
e arrefece a cada pausa
Inverno?
Para cada um que consegue sentir,
Mais uma dose de blues.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Espirro (J.Rocha)

Eu queria um motivo
motivo pra um desenho
Um suspiro
não um espirro

Espirro tinta no papel
Aspiro a tristeza
Com uma incrível destreza
abaixo a minha cabeça

''Sentado na cadeira
eu tento não me encolher''
Encolho, recolho as trinchas
Quem pinta cria ou chora tinta?

Invento um mundo diferente
Onde minha cabeça gira
e sem nenhum remorso
a embrulho de presente

Levanto, o que mais me espanta
é o meu próprio lamento
o que mais lamento
é o que mais tem me espantado.

Deitado, espero
Espero o exagero
O suspiro que tenho na vida
pra um outro dia,talvez de despedida
encontrar outro motivo.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Hoje, 10 de Fevereiro de 2013

São quase dois anos,
o tempo que leva pra os dentinhos começarem a nascer,
pra depois começar a falar algumas poucas palavras.
Nesses dois anos muita coisa acontece, se perguntar a uma criança o que ela sabe sobre a vida, com certeza terá algumas respostas interessantes, outras serão meio sem sentido. Algumas pessoas nascem com uma percepção  diferente da vida, outras mudam com o tempo, e acabam soando tão parecidas, no final.
Enfim, foi assim que um pai se estatalou de alegria quando resolveu brincar, perguntou ao filho de dois anos, qual o seu nome, ele disse com som grunido que era ''Eto'', e era mesmo, não dessa forma, chamava-se Roberto, e seu pai ria feito bobo, pois achava muito bonito aquilo. Depois  perguntou o que ele  achava da vida, e ele respondeu novamente com som meio confuso, que o ''Eto inta nao sapi da ida, lela a vesses é muto  fuça'', o o pai  riu de novo feito bobo e repetiu: olha querida ele disse: ''O Roberto disse que adora os sábados, quando levamos ele ao parque!''

(J.Rocha)

sábado, 26 de janeiro de 2013

Fim de mês, o do aniversário (J.Rocha)

Hoje estou sentando na varanda de casa, que não é bem uma varanda, aqui e ''airinha''.
Hoje o dia está como eu gosto, nublado, sem frio, mas também sem calor, comecei a me lembrar de hoje, como se fosse ontem, mas agora já passou.
Minha mãos tem poucos pêlos, estou me tornando homem, fisicamente, um pouco rápido, mentalmente talvez, mas a minha essência de criança insiste em ser  mais que essência.
Ah, a essência essa sim é quem sou eu, ou eu sou ela?
Nesse fim de mês, corri feito louco, pra buscar uma flor do campo, pra minha mãe, ela me disse ''Feliz aniversário'' quando eu já estou pra achar um dia triste, apesar de estar como eu gosto dos dias.
Mas quando peguei a flor não pude entregá-la, acho que tive medo de me expressar com mais alguém além de mim, ou Deus, talvez,o que eu sentia.
Foi um final de mês que nunca vou me esquecer, porque cheirava a infância, uma infância que as vezes me faz falta senti-la, as vezes que eu ''queria sumir, não morrer, só sumir mesmo''.
O tempo as vezes me mostra tanta  coisa, eu queria que ele nõa machucasse tanto, as vezes vejo coisas boas, mas as vezes sinto que ele ensina coisas que eu nunca quis saber.
E acaba, o mês, o do aniversário.


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sleep
(J.Rocha)

Era um garoto acordado,
que dormiu
e acordou,
só pra ver
se isso tudo
faria algum sentido
A Propósito (s) 
(J.Rocha)

Hoje estou meio cabisbaixo
encontrei meu reflexo no espelho
ele estava mais que cansado
tinha um tom de tristeza
Não tinha olheiras
nem marcas de falta de algum afago
Era como se o dia ou a noite, que seja,
não tivesse nunca passado

Hoje encontrei-me perdido
procurando algo nos espaços
de tempo, talvez, sem tempo outra vez
tento manter-me de pé
mas o relógio me tira a concentração
São problemas que não sei como surgem
Surgem problemas que não sei de onde vem

Talvez de mim, talvez de você também.

Tenho pensado em voltar a velha vida
para esquecer que crio um sofrimento
um desânimo e mágoas
pensei que a vida fosse menos complicada
sinto falta da liberdade.
Não de ser só, quero liberdade pra poder falar,
entregar os segredos e deixar a TV fora do ar
Queria ter alguns sonhos sem medo de tentar

Hoje, a propósito (s),
sonhei que não me via no espelho
que no lugar do reflexo
havia outros espelhos
me levando pra outra dimensão
senti vontade de gritar e correr nu
correr no campo
aos prantos
pra o vento ouvir, e me sentir

Me olho no espelho,
ainda estou meio cabisbaixo,
encontro meu reflexo,
que agora são vários espelhos
que mais uma vez,
tentam preencher algum espaço.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Duas horas
(na avenida vendida, vende-se de tudo, de sonhos a dinheiro''

Me lembro das ruas,
pés que andam nas ruas
cheias,
ruas cheias de pessoas,
e eu cheio das pessoas
que enchem as ruas
Que a noite voltarão pra casa
e saírão das ruas
desanimadas,
por viverem vidas que não são suas
Eu fico,
pra fazer companhia a solidão das ruas
vazias
do vinho, mais uma dose
Agora dormem os bebês chorões
enquanto eu admiro mais uma vez as luas
aproveito a noite enquanto as ruas são minhas
porque eu sinto e sei,
que amanhã de manhã já serão todas suas.

(J.Rocha)